Como eu faço há anos, eu escrevo sobre o Big Brother Brasil. Continuo mantendo a minha opinião sobre o reality. É um programa de baixo custo de produção para a Globo, mas com os lucros milionários, principalmente para a emissora.
Coloca-se um grupo de pessoas em uma casa e cria-se várias situações, as chamadas provas, as vezes constrangedoras para ganhar audiência. E com certeza dá certo! Tanto assim que está no ar faz 22 anos.
Para a Globo, esse tipo de programa é muito mais barato do que a produção de uma novela ou seriado. Nesse caso, a produção exige o pagamento de atores, roteiristas e toda uma equipe de suporte. Diferente do BBB.
O Formato BBB
O formato “Big Brother” é inspirado no personagem do livro “1984” de George Orwell. O programa foi criado em 1999 por John de Mol, executivo da televisão holandesa, sócio da produtora Endemol.
A idéia de colocar um grupo de pessoas desconhecidas dentro de uma casa vigiada com câmeras 24 horas, virou febre na década do ano 2000. O programa estourou no mundo todo.
Aqui na Europa, esse tipo de programa está reservado para os canais privados. Também ganhou variações do tipo, casa com famosos, a casa que virou uma praia e por aí vai.
As primeiras versões do programa no Brasil, aqueles que participavam eram pessoas normais. Depois, virou uma espécie de trampolin para aqueles que queriam tentar a vida artística na Rede Globo. Com as redes sociais, o BBB se transformou em vitrine para as marcas. Chegamos na era do influenciadores digitais.
Por que no Brasil segue?
Uma das razões é o lucro que o programa traz para a Rede Globo com anunciantes e patrocinadores junto, com baixo custo de produção de novela, por não se tratar de um produção estilo, como eu escrevi no começo do texto.
Depois, com o processo de digitalização, os “brothers” começaram a surgir nas redes sociais. Uma vez na tela da Globo, o número de seguidores quadruplica e vira “potencial” garoto ou garota propaganda de marcas.
Nesse processo de digitalização, aprofundado com a Pandemia da Covid19, essa parceria de BBB e redes sociais se fundiu. Nesse momento, a Rede Globo anunciou os participantes, muitos já ganharam milhares de seguidores.
Quanto mais tempo passar na casa, mais seguidores e mais sucesso como influenciador digital, pós BBB.
Super exposição
O grande desafio para os “brothers” é encarar a super exposição de estar confinado, em uma casa, com pessoas desconhecidas. Ter paciência para todas as provas do programa e encarar a vida pós-BBB.
Se a pessoa está disposta a passar por tudo isso e conseguir superar o impacto psicológico dessa super exposição, com certeza é um ótimo negócio.
Mesmo que eu seja muito crítica em relação ao formato do programa, eu entendo perfeitamente porque muitos participam. É uma forma de ganhar muito dinheiro a curto prazo!
O que me chamou a atenção é que vários “brothers” possuem curso superior ou alguma formação acadêmica. Prova que muitos topam para se organizar financeiramente.
Na edição do ano passado do BBB21, o Gil do Vigor, que ficou em segundo lugar, usou parte do dinheiro para financiar a continuação dos seus estudos, como economista, nos Estados Unidos.
Conselhos da para a Rede Globo
Para concluir este longo texto, eu tenho dois conselhos para a Rede Globo:
- com o dinheiro arrecadado do BBB22, poderia-se finalmente investir em uma programação de qualidade. Anda um verdadeiro desastre! Claro que os tempos mudaram e as novelas e seriados devem ser mais curtos e dinâmicos;
- O famoso “Globo Play” é muito fraco. Cadê o excelente acervo da Globo? Há coisas incríveis para assistir? Por que não disponibilizar? Com a programação que está, não merece o investimento. E mais ainda para bisbilhotar a vida dos “brothers” do BBB22.
Pelos próximos três meses é só aguardar as baixarias programadas. Quem quer dinheiro aí?