Quando se via na televisão, as imagens da China na construção de hospitais e colocando cidades inteiras em lockdown, no caso Wuhan*, aqui na ocidente nínguem entendeu muito bem.
Isso ainda foi em dezembro de 2019. Já no começo do ano novo de 2020 começava a aparecer casos da doença misteriosa na Europa. Nesse momento, especialistas já falavam de restringir vôos da China para o velho continente.
No caso de Viena, haviam quantidades de turistas chineses que ocupavam os principais centros turísticos da cidade. Tal medida seria um desastre para o comércio, seja na gastronomia ou hotelaria.
Os primeiros casos chegaram da Itália*. Nesse momento já havia uma enorme quantidade de casos de Covid19 e mortos. O governo austríaco queria evitar esse desastre, levando-se em conta que uma parcela importante da população são da terceira idade.
Lockdowns em cima de lockdowns
Na Áustria foram no total de cinco lockdowns. E essa medida foi tomada totalmente a contra gosto dos políticos, não importanto o partido. Afinal de contas, quem gostar de tomar medidas impopulares?
Havia uma sobrecarga do sistema de saúde e havia uma única solução: vacina. Mas, ao contrário do Brasil onde há uma tradição para vacinar, aqui na Europa virou um tabu. Viroses pertencem aos trópicos, não a países frios como a Áustria ou Alemanha.
Tanto assim que o governo austríaco tomou uma decisão inédita: a vacinação obrigatória contra a Covid19. Mas, por conta da variante Ômicron, menos agressiva que sua variante anterior, a Delta, a vacinação perdeu o sentido. Tanto assim que na Áustria há uma média de 50 mil casos por dia. Na Alemanha chega-se a 200 mil casos por dia.
Algum país acertou?
Nesses dois anos de Pandemia de Covid19 fica a pergunta. A Áustria apostou na estratégia dos testes. Nunca um país testou tanto como aqui. O resultado é que milhares de pessoas decidiram não se vacinar e seguir se testando contra o vírus da Covid19.
Tanto assim que o novo Ministro da Sáude, Johannes Rauch (Grüne) anunciou a redução dos testes gratuitos. Agora serão cinco testes PCR e cinco testes Antígeno por mês. As regras de quarentena também serão flexibilizadas. A princípio somente pessoas infectadas e com sintomas devem ser isoladas. Mas, ainda não há definição.
No caso do Brasil houve o descaso dos políticos, tanto governo e oposição. Durante a CPI da Covid, o então representante da Pfizer no país, Carlos Murillo explicou que tentou contato com o governo Bolsonaro, mas não conseguiu. Poderia-se ter salvo milhares de vidas, mas a politicagem prevaleceu.
Acabou a pandemia?
Essa é a pergunta da vez aqui. Uns especialistas dissem que sim, outros dissem que não. Uns afirmam que pode haver novas ondas de infecções já no verão. Outros afirmam que a Covid19 vai virar uma espécie virose sesonal como a Influenza. Essa pergunta só vírus responderá.
Pontos do texto:
Wuhan é a cidade na China que se encontra na província de Hubei. É uma das cidades mais populosas do país com mais de 10 milhões de habitantes. Foi dessa cidade que surgiu a Covid19 com duas teorias. A primeira teoria é que o vírus escapou de forma acidental de um experimento de laboratório. A segunda é que o vírus pulou do morcego para as pessoas no mercado municipal da cidade. Ainda não há evidências.
A Itália foi o epicentro da Covid19 no começo da Pandemia na Europa. Nesse momento eram mais de 21 mil infectados e mais 1500 mortos por dia. A região mais afetada era a Lombardia, no norte do país.
Johannes Rauch é o terceiro Ministro da Saúde na Áustria. O primeiro foi Rudi Anschober e segundo foi Wolfgang Mückstein.