Desde das eleções de 2018 nos tornamos reféns de ambos. Vivemos em mundos paralelos onde quase nínguem de boa parte da elite política quer minimamente que a sociedade brasileira se una para encontrar maneiras de colocar um país para funcionar.
Onde começou? Esse processo começou lentamente após a redemocratização do Brasil, ainda na década de noventa. Primeiro com a “Comissão da Verdade” que não puniu os crimes cometidos pelos militares de extrema-direita e guerrilheiros. Com isso, a impunidade reinou e passou para o campo da política.
Outro ponto foi a corrupção como forma de fazer política. Esse ponto não foi criado nem por lulopetistas, nem por bolsonaristas. Isso se encontra infelizmente, no DNA do brasileiro. Afinal de contas, o dinheiro público, aquele pago por impostos não “pertence” a nínguem.
Esse é o ponto que os “istas”, como eu costumo me referir a ambos grupos, estão unidos. Ambos utilizam o dinheiro público para bancar o seu projeto de poder. Todos os tipos de controles ou qualquer operação de combate a corrupção é um problema. Não importa se Lava-Jato ou qualquer outro tipo de operação contra a corrupção.
Viés ideológico
Nos anos de Lulopetismo no poder, entre 2003-2016, tanto escolas como universidades passaram por um processo “lavagem” cerebral. O resultado dessa ideologização pode ser vista tanto nas artes como no jornalismo. Tudo culmina para defender uma ideologia – de nós somos os bons e os outros maus. Não há zero discussão, análise ou crítica.
Foi nesse contexto que o bolsonarismo nasceu. Para ser contra o lulopetismo em tudo, seja na moral, nos costumes e na economia. Não é um fenômeno isolado. Vem junto com a ascensão da extrema-direita, rejeitada pela imprensa comercial.
Sendo assim, a extrema-direira se instalou nas redes sociais, exatamente como o bolsonarismo fez no Brasil. Aliás, onde estão e nadam de braçadas.
A chamada esquerda no Brasil parou na década de 90. Não entendeu que o Muro de Berlim caiu, acha que o modelo Stalin é o máximo e culpa os Estados Unidos por todos os males na face da terra.
A capa da revista Time
A entrevista do Lula foi desastrosa para os estrangeiros. Ele culpou Zelensky pela guerra na Ucrânia e veio como uma retórica totalmente desconectada dos fatos. A entrevista serve mais para a militância interna e para propagar narrativas.
Tanto assim, que a imprensa amiga saiu correndo para apagar o fogo: “Lula é mais democrata que o Bolsonaro” foi a desculpa de muitos. Isso só mostra a irrelevância dessa entrevista a nível internacional.
Isso mostra também como a esquerda brasileira não entende nada de mundo digital. No passado, a simbiose entre jornalismo e pesquisas funcionava bem. Mas, com as redes sociais, isso meio que acabou. Basta ver o resultados das eleições em 2018. Corre-se o risco disso se repetir em 2022.
Tudo passa pelas redes sociais e a extrema-direita domina aí. Acessibilidade também é um tema. Para que ter televisão? Para que comprar jornais? É o método da extrema-direita de quebrar a democracia, as instituições. Esse paradigma entre de liberdade de expressão nas redes sociais não foi resolvido e deve-se buscar uma solução para isso.
Enquanto o Lula-Bolsonaro, o qual nos tornamos reféns, vai seguir firme e forte. E estamos longe de nos liberamos de ambos. Para uma parte importante da elite política brasileira é uma boa cortina fumaça para se perpetuar no poder. Se não for pressionada pela população brasileira, seja através de manifestações pacíficas nas ruas e redes sociais ou seja através do voto, não nos livraremos de ambos. É triste assim!.